Sanidade vegetal
Esse tópico aborda a incidência de pragas e doenças sobre as plantas, além de métodos de controle tradicionais e alternativos.
Para tratar pragas e doenças pode-se adotar diversos métodos, com exemplos descritos abaixo:
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Controle biológico: identificação e reprodução em laboratório de inimigos naturais e organismos que limitam a atividade de patógenos;
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Controle químico: utilização de produtos químicos;
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Genético: melhoramento genético para resistência de plantas às pragas e doenças;
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Manejo cultural: rotação de culturas; podas, manter o solo coberto por vegetação roçada;
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Manejo físico: frio, umidade, radiação, luz;
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Manejo mecânico: catação manual, armadilhas, utilização de barreiras;
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Manejo nutricional: manter o solo fértil e equilibrado;
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Organismos transgênicos: manipulação genética com introdução de material genético de outro organismo que causa toxicidade à determinada praga.
Aspectos importantes sobre utilização de produtos químicos
O emprego de um método de controle químico sempre depende de recomendação de Engenheiro Agrônomo, que torna-se responsável, inclusive profissionalmente, pela recomendação adequada.
O folheto Defensivos Agrícolas, publicado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) traz informações importantes sobre o manejo correto de defensivos agrícolas.
Tipos de produtos químicos:
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Inseticidas: controlam insetos;
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Herbicidas: controlam plantas invasoras;
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Fungicidas: controlam fungos;
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Bactericidas: controlam bactérias;
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Acaricidas: controlam ácaros;
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Nematicidas: controlam nematoides.
A toxicidade dos produtos comerciais pode ser facilmente identificada pela cor exibida no rótulo do mesmo, conforme a tabela abaixo:
O folheto Tecnologia de Aplicação de Defensivos Agrícolas, publicado pela EMBRAPA, descreve aspectos relacionados ao método de aplicação, intoxicação, regulagem de pulverização, equipamentos de proteção individual (EPI), entre outros assuntos.
Sites e folhetos relacionados a pragas e doenças
O site da CropLife , associação que reúne 4 áreas, germoplasma (mudas e sementes), biotecnologia, defensivos químicos e produtos biológicos, possui diversos informativos sobre o assunto.
Outra fonte de pesquisa de pragas e doenças é o site do Instituto Biológico, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, que reúne diversas publicações, entre elas, Boletins Técnicos, Comunicados Técnicos, Documentos Técnicos, etc.
Outro folheto interessante chamado Pragas e Doenças que Indicam Deficiências Minerais no Solo e na Planta, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), mostra a relação entre nutrição e a ocorrência de pragas e doenças.
O reconhecimento dos inimigos naturais das pragas é importantíssimo para quem quer preservar um ambiente mais equilibrado. Para isso recomenda-se a leitura do informativo Guia para o reconhecimento de inimigos naturais de pragas agrícolas, da Embrapa de 2013.
Pragas
Formigas cortadeiras
Existem diversos tipos de formigas, mas 2 são importantes pragas agrícolas: saúvas e quenquéns.
Responsáveis por cortar folhas, flores e frutos pequenos, ao contrário do que muitos acham, a formiga se alimenta de um fungo produzido pela decomposição de restos vegetais em ninhos embaixo do solo.
A população de um formigueiro grande pode ocasionar um expressivo estrago em árvores em poucos dias.
Para deter o ataque deve-se primeiramente identificar sua atuação, que nem sempre é fácil, pois são mais ativas a noite, ou no inverno, durante o dia. Folhas cortadas, caídas no solo e pequenos caminhos na vegetação do chão demonstram a presença de formigas e a necessidade de combate.
Existem diversos métodos de controle alternativos, que devem ser avaliados conforme a intensidade de ataque!
Vale a pena consultar o folheto do Instituto Biológico Formigas Cortadeiras que resume identificação, hábitos e o controles alternativos e tradicionais de formigas cortadeiras.
Para aprender métodos de controle ecológico podem ser consultadas 3 fichas chamadas Fichas Agroecológicas – Controle de Formigas Cortadeiras 1, 2 e 3, publicados pela Coordenação Agroecológica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que ensinam a preparar defensivos utilizados na agricultura orgânica.
O controle químico é indicado somente em ataques severos! As iscas formicidas funcionam bem. Deve-se colocar no caminho (carreiro) por onde elas passam ou no canal de entrada (olheiro) que leva aos ninhos (câmaras ou panelas). Se aplicadas em terreno úmido ou chover logo em seguida a isca não produz efeito.
Pulgões
Pulgões são insetos que sugam a seiva das plantas tenras e muitas vezes transmitem viroses (que causam doenças nas plantas), além de favorecer a instalação de um fungo conhecido como fumagina.
Plantações domésticas, em pequena escala, podem ser utilizados métodos alternativos de combate aos pulgões com receitas de soluções caseiras, sem o uso de defensivos químicos.
O informativo Fichas Agroecológicas – Controle do Pulgão, publicado pela Coordenação Agroecológica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), ensina a preparar defensivos alternativos utilizados na agricultura orgânica.
Pulgões sugando seiva de flores de limão galego
Cochonilhas
São insetos sugadores de seiva da planta e têm preferência pelas partes mais jovens e tenras.
São insetos pequenos, mas dá para identificar a olho nu!
As cochonilhas de escamas não se movimentam e possuem carapaça como se fosse uma protuberância.
Outro grupo tem formato branco e alongado e se movimenta.
O terceiro grupo tem o corpo branco coberto por uma camada de farinha.
Pode-se utilizar métodos alternativos de controle em frutíferas domésticas, hortaliças e jardins. O informativo Fichas Agroecológicas – Controle de Cochonilhas, publicado pela Coordenação Agroecológica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), ensina a preparar defensivos alternativos utilizados na agricultura orgânica.
Lagartas
As lagartas são mariposas e borboletas só que em outra fase da vida, fase de larva.
As lagartas cortam folhas e cavam galerias em frutos.
Em plantações domésticas recomenda-se a utilização de métodos alternativos de controle, no lugar de utilização de produtos químicos.
O informativo Fichas Agroecológicas – Controle de Lagartas, publicado pela Coordenação Agroecológica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) ensina a preparar defensivos alternativos utilizados na agricultura orgânica.
A foto abaixo mostra a lagarta chamada curuquerê da couve (Ascia monuste orseis) e o severo ataque que que dizimou todo o pé de couve.
Moscas
As moscas mais importantes no ataque de frutas são 2 espécies de moscas das frutas (Anastrepha fraterculus e Ceratitis capitata).
Elas injetam ovos nas frutas, que se transformam em larvas, e ocasionam infestação em quase todo o pomar.
Pode-se utilizar controles alternativos por meio de armadilhas.
O informativo Fichas Agroecológicas – Armadilhas para a Mosca das Frutas 1 e 2, publicado pela Coordenação Agroecológica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), ensina a preparar armadilhas alternativas utilizadas na agricultura orgânica.
O livreto Combate às Moscas das Frutas em Pomares Domésticos, publicado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI) em 2016, descreve a praga, o seu ciclo de vida e ensina diversos métodos de controle. Vale a pena consulta-lo!
Outras
Além das formigas, pulgões, cochonilhas, lagartas e moscas, existem ainda diversas outras, como brocas, percevejos, carunchos, ácaros, tripes, traças, besouros, etc., que demandam atenção e informação.
Publicações sobre pragas e seus controles
Doenças
Os sintomas de doença são resultantes da ação localizada do patógeno na planta, como podridões em frutos, manchas e pintas nas folhas, etc., ou em locais diversos do local da ação do patógeno, como subdesenvolvimento da planta, superbrotamento, etc.
De maneira livre, são listadas diversas denominações de doenças: melanose de folhas e frutas, podridões, degenerações, murchas vasculares, nanismo, descoloração vascular, necroses, amarelecimento, cancro em folhas e frutos, crestamento das folhas, tombamento, estria, gomose, morte de ponteiros, mumificação, perfuração de folhas, clorose, mosaico, roseta, bronzeamento, bolhosidade, verrugose, etc.
Para evitar a incidência de doenças pode-se adotar diversas técnicas de controle como:
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Rotação de culturas (cultural)
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Evitar o plantio em locais úmidos (cultural)
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Efetuar regas bem de manhã (cultural)
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Efetuar podas para aumento da aeração e penetração da luz do sol (cultural e físico)
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Efetuar eliminação de folhas infestadas e incorporá-las ao solo fora do pomar, como no caso de antracnose na manga (cultural)
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Utilizar de cultivares resistentes, não suscetíveis à infestação de algum patógeno (genética)
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Manter a nutrição equilibrada (cultural)
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Adquirir mudas certificadas ou de boa procedência (cultural)
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Evitar excesso de adubação nitrogenada (nutricional)
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Aplicação de Trichoderma para combater fungos de solo (biológico)
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Pulverizar com caldas antifúngicas (controle químico)
Para saber mais informações do controle biológico de doenças causadas por fungos de solo utilizando Trichoderma, vale ler o folheto do Instituto Biológico chamado Trichoderma: O que é, Para que serve e Como usar corretamente na lavoura.