A erva de passarinho é uma erva daninha que vive sobre arbustos, árvores e deles se alimenta.
Diferentemente das orquídeas, que somente se apoiam em plantas, a erva de passarinho parasita as plantas que a sustentam, sugando água e sais minerais.
As orquídeas são classificadas como epífitas, enquanto que a erva de passarinho é uma parasita "parcial", uma vez que além de se alimentar de outras plantas, produz fotossíntese.
A foto ao lado mostra um caule de louro (aquele mesmo cujas folhas são utilizadas no feijão) com uma trepadeira nele enrolada. Essa trepadeira é uma erva de passarinho. Veja que uma raiz mais grossa penetra no caule do louro para se alimentar de água e sais minerais.
Veja ao lado uma jovem erva de passarinho parasitando uma muda de grumixama. Parece até um broto da própria fruteira.
Na foto abaixo, após destacar / retirar a erva de passarinho, nota-se no detalhe que a raiz já alcançava os vasos responsáveis pela condução de saim minerais.
Ao lado, observa-se uma erva de passarinho em estágio avançado, parasitando plátano, no interior de São Paulo.
Como o nome já diz, os passarinhos se alimentam de suas sementes e se responsabilizam em dispersá-las.
Árvores infestadas de erva de passarinho muitas vezes apresentam um aspecto visual bonito, pois os ramos da erva são pendentes, dando a impressão de uma bonita folhagem. Além disso, suas flores exalam perfume confundiddo com a fragrância da dama da noite (Cestrum noturnum).
Na verdade existem tantas espécies (1.500) que é um problema sério no meio rural e na arborização urbana, especialmente em Curitiba.
O interessante é que a erva de passarinho é utilizada como medicamento, sendo o chá indicado para dores de garganta e bronquite.
Outra pesquisa interessante, ainda não inteiramente comprovada, é que ao utilizar-se o chá de ervas de passarinho que parasitam a Datura (trombeteira), planta cujas flores tem efeito alucinógeno, o efeito de alucinação é transmitido para o paciente que queria somente tratar uma dor de garganta.
Para os que desejam se aprofundar no assunto separei duas publicações:
- o primeiro folheto, Reconhecimento Prático de Cinco Espécies de Erva-de Passarinho na Arborização de Curitiba, PR, da Embrapa Florestas, traz informações sobre o reconhecimento de espécies que ocorrem em Curitiba.
A espécie Struthanthus vulgaris é muito frequente que pode ser vista na página 22, figura 3.
- A segunda publicação é uma Tese na Engenharia Florestal da UFPR, Erva de Passarinho (Loranthaceae) na Arborização Urbana: Passeio Público de Curitiba, Um estudo de Caso.
O que me pareceu relevante no trabalho para quem quer combater a erva de passarinho é o conteúdo sobre controle, compreendido entre as páginas 91 até 99 (capítulo 6, até 6.3.1, inclusive). Deve ser realizada poda dos ramos mais novos e a retirada das raízes da erva de passarinho nos caules mais velhos.
Veja o dano num Plátano na figura 6.2 na página 95.
Grande Abraço
Luiz Cláudio
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