Pomar
Atividades de manutenção do pomar
A manutenção de um pomar depende basicamente de 6 atividades:
Regas
Manter a terra com umidade suficiente, nem muita nem pouca. Cuidado para não molhar em excesso!
Muitos agricultores efetuam a rega de manhãzinha, ao invés do entardecer, pois a umidade durante a noite toda pode elevar a incidência de doenças fúngicas.
Plantas daninhas
Manter ao redor da copa uma cobertura morta (restos de folhas secas do próprio jardim) que evita o desenvolvimento de plantas daninhas.
Além disso, essa prática favorece a manutenção da umidade do solo e representa refúgio para inimigos naturais de eventuais pragas.
Pode-se optar pela utilização de produtos herbicidas, o que exige a consulta e a recomendação por Engenheiro Agrônomo.
Podas
São importantes para conduzir as plantas jovens e adultas, bem como necessárias para a limpeza de galhos velhos e doentes.
Uma das funções da poda é o arejamento, pois facilita a circulação de ar e a penetração da luz do sol, diminuindo a incidência de doenças fúngicas.
Para frutíferas de clima temperado a poda, na época do inverno com o surgimento dos primeiros botões florais, tem a finalidade de estimular a floração homogênea.
Para mais informações sobre essa técnica consultar o livro Poda de Árvores Frutíferas, publicado pela Esalq/USP.
Nutrição
Um solo bem equilibrado em termos nutricionais, além de elevar a capacidade produtiva da planta, aumenta a resistência às pragas, doenças e secas.
Sempre se recomenda a realização de análise se solo para saber a real situação do solo em questão.
É importante sempre manter o pH ao redor de 6,0, com a utilização de calcário dolomítico, manter o nível de matéria orgânica satisfatório, bem como o nível de fósforo, nitrogênio, potássio, além de outros nutrientes.
Para o plantio de uma frutífera, de maneira geral e simplificada, pode-se utilizar em uma cova de 40cm x 40cm x 40cm, 130 g de calcário dolomítico, 250 g de termofosfato e 45 kg de esterco de curral ou 22,5 kg de cama de galinha (curtidos), ou ao invés do termofosfato um adubo químico na formulação de 4-14-8 (N-P-K) na dosagem de 250g.
Recomenda-se a leitura adiante do tópico Nutrição Vegetal e Fertilidade dos Solos, onde esse tema é tratado com maior profundidade.
Pragas
As pragas mais comuns que atacam árvores frutíferas são formigas cortadeiras, pulgões, cochonilhas, lagartas e moscas.
Existem diversas outras pragas específicas com grande poder destrutivo.
O Boletim 200 traz as pragas que atacam as principais culturas de valor econômico.
O controle de pragas adequado deve ser decidido e realizado com orientação de Engenheiro Agrônomo.
No tópico Sanidade vegetal (adiante) está reunido conteúdo mais aprofundado que trata as pragas de maneira generalizada, uma vez que a mesma praga ataca, além de frutíferas, hortaliças e outras plantas.
Além do conteúdo citado acima, quem quiser conhecer mais sobre organismos que atacam culturas comerciais de frutas pode-se realizar acessar o livro Pragas de Fruteiras tropicais de Importância Agroindustrial, de 1998 redigido por Raimundo Braga Sobrinho, José Emilson Cardoso, Francisco das Chagas O. Freire, e publicado pela EMBRAPA.
Juntamente com o livro acima, recomenda-se consultar o Guia para o reconhecimento de inimigos naturais de pragas agrícolas, editado pela Embrapa em 2013.
Doenças
Doenças de plantas são causadas principalmente por fungos, bactérias, vírus e nematoides. Além desses patógenos, existem também fitoplasmas / espiroplasmas, protozoários, viróides e algas.
O Boletim 200 traz as principais doenças que infectam culturas de valor econômico.
O adequado controle deve ser indicado por Engenheiro Agrônomo.
O tópico Sanidade vegetal (adiante) aborda as doenças de maneira mais aprofundada em diversas culturas.









A implantação de um pomar depende do equilíbrio individual entre dificuldade de produção x intensidade de cuidados x área disponível.
Um erro muito comum é, no desejo de poder colher as mais variadas frutas na propriedade, efetuar o plantio de diversos tipos de frutíferas, sem dimensionar o trabalho necessário de cuidar das plantas em termos de nutrição e de sanidade vegetal.
Isso dá trabalho e requer dedicação e estudo!
Diante disso, deve-se iniciar um pomar aos poucos e com plantas que considera mais relevantes e mais rústicas.
A dificuldade de produção está relacionada à adaptabilidade da árvore à região ou ao terreno em que se quer produzir.
Frutíferas de clima temperado, como pessegueiro, macieira, figueira, entre outras, têm dificuldade de se adaptar em localidades de clima mais quente. Frutas do Nordeste podem não se adaptar às regiões Sul e Sudeste do Brasil.
A intensidade de cuidados tem vínculo com a disponibilidade de mão de obra e com a rusticidade da frutífera.
Por exemplo, pessegueiro é muito exigente em tratos culturais, como podas, além de suscetível ao ataque de pragas e doenças, enquanto que o caquizeiro, dependendo da região, só é necessário manter uma boa fertilidade do solo.
Conforme a área disponível o planejamento de escolha dos tipos de frutas deverá ser mais ou menos criterioso.
Algumas frutas não podem faltar em um pomar doméstico, como: limão, laranja, tangerina, jabuticaba, pitanga e caqui. Dependendo da área pode-se optar pelo plantio de mangueira, abacateiro, jaqueira entre outras.
De maneira geral frutíferas brasileiras são mais rústicas do que frutíferas exóticas, mas essa regra nem sempre é verdadeira.
Quais frutíferas escolher para plantar?
Preparamos duas tabelas que listam as fruteiras populares - brasileiras e exóticas, que sistematizam informações como altura, local de ocorrência nativa, além dos respectivos nomes, que podem direcionar a escolha das mudas de frutíferas que se deseja plantar.
As tabelas estão ordenadas por altura da planta da menor para a maior, uma vez que chácaras geralmente possuem limitação de espaço.
As tabelas foram elaboradas pelos redatores baseadas em pesquisas realizadas em diversas obras. Vale destacar duas fontes:
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livro Frutas no Brasil - Nativas e Exóticas (de consumo in natura), redigido por Harri Lorenzi, Marco Túlio Côrtes de Lacerda e Luis Benedito Bacher, e publicado pelo Instituto Plantarum.
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site Cerratinga, mantido por uma organização não governamental chamada Instituto Sociedade, População e Natureza.
O livro traz os detalhes técnicos completos, de frutas populares e desconhecidas, além das fotos das plantas, flores e frutas.
O site traz informações sobre diversas fruteiras nativas do cerrado e da caatinga, produzidas e processadas por populações e organizações locais.






